quinta-feira, 22 de março de 2012

Bruno Nogueira: Sintonia a Começar pelo Nome


Se há uma amizade que eu deva honrar em primeiro lugar, é aquela que deu início a tudo que faço e tudo que sou.

Quando me mudei para Campos, era a primeira mudança (de muitas) que iria fazer, e eu não tinha noção de que Deus me chamaria para o ministério, na verdade, quando fiz teste vocacional na UPA, sendo a tia Vera Campos conselheira nossa, a primeira coisa que deu foi pastor: - Pastor nem que fosse a última coisa! – pensei, e eu estava certo naquela época.

Eu passei a frequentar a Igreja Batista do meu tio, e batizar de novo, jamais! Uma vez tomei a ceia e só comi o pão, do vinho não pude, um irmão disse que eu não podia... Tá bom então né?

Meu pai quando foi me visitar, saiu à procura de uma IPB, encontrou a IPPA. No próximo domingo estava eu lá pra EBD, quem sentou ao meu lado foi Son (não, ele não é coreano não...). Ele me deu uma atenção que nunca ninguém tinha me dado, me acompanhou pra sala e conversou comigo após a aula. Pronto! Isso era o bastante pra eu fazer daquela igreja o meu lar durante toda a estadia em Campos dos Goytacazes.

Num domingo a noite, ia ter uma apresentação: coreografia (o terror das IPB’s). Na época, eu voltando a firmar na igreja, tava nem aí pra isso, em outras palavras, era quase um neófito (só não era porque fui criado em uma, e se você quiser saber minha opinião sobre a prática no culto solene, depois a gente conversa vai...).

Bom, a coreografia era baseada na música “Manancial”, o DT era uma febre a surgir no meio dos louvores das igrejas, e a música marcou a minha conversão, ou minha “reconversão”, até hoje não sei... A coreografia consistia no seguinte: era feita em libras, não, não era dança profética com roupas esvoaçantes e tudo o mais, era até muito comportado, e sim, em quesito: arte cênica, a coreografia mais linda que já vi. As meninas estavam à frente e na parte que o AV canta, o Bruno então entrava pela parte de trás, fazendo o trem lá. Quem conhece a música, pode imaginar assim... Não, não dá pra imaginar, só quem viu viveu!

Quando o Bruno entrou na igreja, “minha alma ligou-se a dele” (numa linguagem de: Davi e Jônatas na sua amizade) e sem vergonha nenhuma digo isso. E logo após o culto ele veio me chamando:
- Ô rapá! Tudo bom? Durante a semana a gente tem o encontro da UPA (fazendo uma cara de que: tô dizendo uma coisa que ele não sabe o que é, e na verdade, eu sabia mais do que ele do que se tratava). Vem aí que você vai gostar! 
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Naquele chamado começou uma amizade que marcaria aquela época (principalmente quando tinha comelança, a gente maracava presença mesmo), e só de relembrar de tudo o quanto ele significou e significa na minha vida, eu paro de digitar para relembrar o quanto foi bom, o quanto foi edificante e o quanto Deus nos abençoou.

O Bruno, sem sombra de dúvidas, tem um dom: ele tem um carisma que nunca vi igual, que chama as pessoas para a igreja, eu e o Waguinho sabemos muito bem o que é isso.

O Bruno, ainda fora que ficou um tempo, ainda fazia isso, eu não sei como, mas Deus tem os seus meios. Na minha vida em particular, ele foi o principal motivador de um ministério que nem tínhamos noção. Eu comecei a ler a Bíblia toda, porque ele lia direto. Toda sermão de domingo, que as vezes eu não entendia nada (culpa minha, eu que viajava, nenhuma do Rev. Zenilton), ele sempre dizia que a mensagem tinha falado a vida dele. Eu ficava pensando: - Como toda mensagem fala na vida desse maluco, o que ele tem que eu não tenho? Ele era cheio do Espírito Santo, ele vivia a evangelizar, tinha uma vida pura, totalmente diferente dos adolescentes da nossa geração, e por isso foi perseguido, como é natural a todo cristão que quer viver piedosamente.

Não houve uma vez que me sentisse carente com sua amizade perto, claro que Cristo que é suficiente para todas as coisas para a vida cristã, mas Ele demonstrou isso me dando essa amizade, esse é o ponto! E como eu via a vida de Cristo nele! Em cada brincadeira, em cada risada, acima de tudo, o Bruno era um menino de oração.

Quantas vezes eu chegava como quem não quer nada, contava um problema, leve ou não, e ele orava por isso onde quer que estivéssemos. Não foram poucas as vezes que de joelhos nos colocamos, e o quanto em Cristo éramos simples e felizes.

A nossa vida era só isso! Estudar, trabalhar (ele né), e viver na igreja: terça reunião de oração, quarta ensaio da coreografia que eu era todo errado de duro, graças a Deus por isso, quinta no estudo, sexta a gente fazia visita, sábado alguma programação na IPPA ou a gente procurava algo nas igrejas da cidade, domingo imbatíveis na EBD e no culto a noite, sempre um lanche após... Deus! Como ele comia! E segunda folga, eu já vivia uma vida pastoral e não sabia!

O nosso desejo desde já, era de ir ao Seminário, ele não foi, e nem eu fui, eu fui para o IBEL, e lá, outros amigos...
E tem sido assim a minha vida, inúmeros amigos que terei o prazer de relatar mais a frente. Mas de todos os amigos, não há alguém que se compare, em que eu daria minha própria vida se um dia fosse necessário, porque Bruno, com a vida de Cristo nele, me mostrou que a minha vida tinha algum valor com este Deus, e eternamente serei grato a isso.

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